Problema

Mães da Emei Bernardo de Souza se preocupam com realocação

Com 650 alunos, atividades deverão ser transferidas para dois prédios alugados para intervenção estrutural; outros quatro educandários deverão passar por obras

Foto: Volmer Perez - DP - Atividades no local deverão ser transferidas

​Maior Escola Municipal de Educação Infantil (Emei) de Pelotas, o prédio da Bernardo de Souza apresenta vários problemas estruturais, que necessitam de intervenção, principalmente no telhado. Diante disso, as atividades no educandário deverão ser transferidas para um local temporário locado pela Prefeitura enquanto ocorrem as obras de recuperação. A possibilidade preocupa as mães em razão da logística para levar e buscar os filhos, o que dependendo da localidade, poderá inclusive impossibilitar a continuidade dos alunos no educandário. Atualmente, a Emei tem 650 matriculados entre o berçário e a pré-escola.

O prédio localizado na rua Padre Anchieta, 3553, apresenta inúmeras rachaduras, algumas que se estendem do chão ao teto, janelas e vidros quebrados, assim como problemas em parte do telhado. A entrada da reportagem do DP para o registro de fotos não foi autorizada pela direção da escola. No entanto, a precarização da estrutura foi filmada pela vereadora Fernanda Miranda (PSOL) e postada nas redes sociais. De acordo com a Prefeitura, as questões de infraestrutura nesta e em outros educandários foram agravados por eventos climáticos extremos, como vendavais e chuvas intensas.

Diante da situação de risco, a Secretaria Municipal de Educação e Desporto (Smed) tem procurado prédios para locar e transferir os alunos. Conforme a pasta, a preferência é por locais dentro do zoneamento, o que inclui edifícios na zona Central, Fragata e Lindóia. A mudança tem sido pauta de preocupação na comunidade escolar. Com a filha Luna, de um ano, na cadeirinha posicionada na bicicleta, Júlia Tavares percorre o caminho de volta para casa até o loteamento Liberdade.

Na ida para a Emei, a criança é levada pelo pai. Já o retorno é feito por Júlia, pois ela trabalha perto da escola e isso facilita a logística. "Fica totalmente inviável porque eu faço isso de bicicleta e em outro lugar fica totalmente contra a mão", ressalta. Na saída dos alunos na tarde de ontem, um grupo de mães conversava justamente sobre os boatos que tinham ouvido do realocamento.

Com a filha matriculada no primeiro ano do Fundamental em uma escola próxima da Emei, onde o filho está no maternal 2, o plano de Janaina Furtado foi facilitar o trajeto de levar e buscar os filhos para as aulas. "É péssimo, a gente não sabe onde a escola vai ficar, o trânsito, estacionamento, pode ficar longe do local onde a gente mora. São só as mães que trazem, não tem ninguém, é uma correria. Se ficar longe, como eu consigo manter ele na escola?", questiona.

Outra mãe, que mora no Areal, faz o caminho de ir e voltar da Bernardo de Souza diariamente de ônibus. A escolha pela Emei se deu porque nos educandários próximos a sua residência a tentativa de matricular o filho por dois anos seguidos não deu certo, em razão da falta de vagas. "Não sei como vai ser, se vai precisar pegar dois ônibus. Nós ficamos sabendo pela vereadora, e não tem o que falar o prédio está inabitável", diz Daniele Farias. As mães lamentam a situação da infraestrutura, pois em questão de educação e acolhimento, não há nenhuma reclamação a ser feita a Bernardo de Souza.

A Emei foi inaugurada em 2016, após o prédio ter sido adquirido pela Prefeitura por R$ 4 milhões e ter investido outros R$ 300 mil na reforma total do espaço. Um dos objetivos era absorver a frequência escolar obrigatória de crianças de quatro e cinco anos, conforme determinação do Plano Nacional de Educação.

O que diz a Smed
Conforme a secretária de educação interina, Adriane Esperança, em breve parte dos alunos serão transferidos para uma estrutura do Estado e outra parte para uma ex-escola privada. "São locais mais próximos da Bernardo, o que não prejudica os pais. Têm custo menor e permitem a realocação mais ágil dos alunos. A Escola Bernardo tem uma ótima estrutura, mas se trata de um prédio antigo e que agora precisará passar por essa revitalização para atender melhor a comunidade", diz.

Outras Emeis que necessitam de obras
*Emei Lobo da Costa - destelhamento e problemas na parte elétrica em quatro salas. Passará por avaliação técnica e orçamentação.
*Emei João Guimarães Rosa - rachaduras que se intensificaram com uma grande obra que está ocorrendo na rua onde a escola está situada. Alunos da pré escola estão sendo atendidos em salas que a EEEF Nossa Senhora de Fátima cederam e a creche a Smed está em trâmites de locação de prédio.
*Emei Nestor Rodrigues - passará por requalificação do playground, drenagem e pintura, cujo contrato da obra foi assinado ontem.
*Emei Antônio Caringi - apresenta duas salas interditadas com problemas estruturais, porém todos alunos estão sendo atendidos. Projeto executivo da obra está em elaboração.​

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